O que é a prótese dentária e quando ela é indicada?
A prótese dentária visa substituir um ou mais dentes faltantes na boca do paciente. Assim, além de devolver o sorriso, a autoestima e melhorar a estética, ela também contribui para a saúde, já que devolve as funções bucais, melhorando a mastigação, a fonética e até mesmo a respiração.
O procedimento é indicado para todos os pacientes que estejam sofrendo com a falta de um ou mais dentes, sendo que a técnica mais adequada dependerá de uma análise completa de cada caso.
Quais os benefícios de usar a prótese dentária?
O uso de prótese dentária permite que o paciente tenha restabelecidas as funções e os hábitos simples anteriormente adotados quando tinha ainda a presença de um ou mais dentes naturais.
Melhoria da mastigação
Cada dente que pertence à nossa arcada dentária desempenha uma função específica. Dessa maneira, a falta de apenas um deles já é algo bastante prejudicial para o organismo. Isso porque o sistema mastigatório tem forte influência na digestão.
Em caso de ineficiência do sistema mastigatório, é possível que os alimentos não sejam triturados da maneira adequada e provoquem, em decorrência disso, refluxo e outros problemas gastrointestinais. Portanto, o uso da prótese dentária é uma maneira de restabelecer o sistema mastigatório.
Melhoria da fala
Muitas pessoas acreditam que a fala está relacionada apenas às cordas vocais ou aos lábios. Mas os dentes têm relação direta com a qualidade da fala.
Isso porque alguns fonemas da língua portuguesa dependem dos dentes para que tenham a verbalização adequada. É o caso dos sons provenientes das letras f, v e t. No caso da perda de algum dente, se ela não for reparada por uma prótese dentária, é possível que você se comunique com dificuldade para pronunciar algumas dessas letras.
Alinhamento dos dentes
Quando há perda de um dente, o osso da arcada dentária tende a se movimentar para preencher esse espaço. Essa situação pode ocasionar o desalinhamento dos outros dentes. Assim, a colocação da prótese dentária, o mais breve possível, permite que os dentes naturais não sejam prejudicados e que o alinhamento dos dentes seja garantido.
Elevação da autoestima
A perda de um dente pode comprometer bastante a autoestima de uma pessoa. Geralmente, o aspecto é tão desagradável que o indivíduo costuma evitar de sorrir.
Com a prótese dentária, é possível reverter esse quadro. Isso porque ela é elaborada de acordo com as características dos dentes naturais de cada paciente.
Nesse sentido, quando colocada a prótese, esta se integra de maneira natural à arcada dentária, fazendo com que a pessoa tenha sua autoestima resgatada.
Quais os tipos de prótese dentária mais comuns?
A odontologia tem evoluído muito e, hoje, é possível encontrar uma grande diversidade de modelos de prótese, que variam em termos de material e técnica aplicada. Tudo isso garante mais conforto aos pacientes, além de maior estabilidade e qualidade de vida.
1. Prótese total (PT)
A prótese total é a solução mais comum e conhecida entre os brasileiros. Normalmente, ela é produzida em resina acrílica, e é essencial que o dentista e o protético sejam bastante detalhistas para trazer mais realidade ao sorriso do paciente e respeitar suas feições naturais.
Ela também consegue devolver as funções orais de mastigação e fala, além de melhorar consideravelmente a estética de quem perdeu todos os dentes.
Entretanto, com o passar dos anos, esse modelo acaba perdendo estabilidade óssea na região da mandíbula. Isso faz com que exista uma área de retenção da prótese inferior, dificultando o seu uso e comprometendo a estética.
Além disso, não oferece estabilidade nem conforto para o paciente na hora da mastigação. O desgaste da prótese também é maior se comparado a outros modelos, como o fixo. Outro ponto negativo é a dificuldade que alguns pacientes têm para se adaptar.
2. Prótese Parcial Removível (PPR)
Também chamada de “Roach”, trata-se de um modelo bastante usado. A prótese é indicada para os pacientes que ainda têm alguns dentes na boca e funciona por meio de uma estrutura metálica com grampos que ficam retidos nos dentes remanescentes.
A composição metálica, geralmente, é de uma liga de níquel-cromo ou cromo-cobalto. A principal vantagem é a estabilidade que ela oferece durante a mastigação, além de proteger e manter os dentes originais e remanescentes do paciente.
Contudo, devido à sua estrutura metálica, não tem um grande apelo estético, pois, muitas vezes, os grampos e até a parte de metal podem ficar expostos. Além disso, a PPR exige um maior tempo de adaptação do paciente, especialmente para aqueles que nunca usaram uma prótese.
3. Prótese Parcial Removível Flex (PPRFlex)
Outra possibilidade é a PPRflex, produzida com poliamida. Há também a opção da prótese dentária de silicone removível, que tem as mesmas características do acessório de poliamida, mudando apenas o material. Ainda, por ser injetável, dispensa a necessidade de grampos e metais.
Assim, esse modelo oferece mais conforto e resistência, além de ser esteticamente agradável. Esse material, por ser mais flexível e leve, adapta-se mais facilmente à gengiva.
Agora, a PPRflex também tem um ponto negativo: com o tempo, a prótese pode pigmentar, não sendo, portanto, recomendada para pacientes com uma higiene bucal inadequada ou com problemas gengivais. Outra desvantagem é seu custo, que é mais elevado do que o da PPR.
4. Prótese Overdenture
Trata-se de uma prótese total, que pode ser colocada tanto na maxila (parte superior da boca) como na mandíbula (parte inferior).
Como o próprio nome sugere, ela fica “presa” aos implantes e é uma ótima solução para os pacientes que apresentam reabsorção óssea. Basicamente, a overdenture pode ser feita por meio de dois sistemas:
- O’Ring: a prótese é unida por um anel de teflon ou metálico, que fica encaixado em um componente protético em formato de bola adaptado sobre os implantes;
- Barra-Clip: a prótese é unida por meio de clips que se adaptam a uma barra soldada sobre os implantes.
A overdenture oferece muito mais estabilidade aos pacientes e segurança para mastigar quaisquer tipos de alimentos, porém, seu valor costuma ser um pouco mais elevado.
5. Prótese Protocolo
A Prótese Protocolo também funciona sobre implantes de titânio, sendo uma solução muito interessante para os pacientes que perderam todos os dentes, podendo ser usada tanto na arcada superior como na inferior.
A execução, contudo, é mais complicada e trabalhosa que as demais. Normalmente, o processo se inicia com a colocação dos implantes — que são como pinos de titânio e substituem a raiz dos dentes ausentes.
Assim, o paciente precisa aguardar o período de osseointegração, ou seja, até que o metal seja integrado ao osso da mandíbula ou da maxila e o processo de cicatrização esteja finalizado. Somente depois disso, é feita a moldagem e a instalação da prótese propriamente dita.
Ainda, existem diferentes tipos de prótese protocolo, que serão especificados logo a seguir.
Protocolo sobre implante cerâmico
Nesse caso, em vez da resina acrílica para confeccionar os dentes, é usada a cerâmica ou a porcelana, que oferece mais naturalidade à prótese. Essa opção também tem outras vantagens, como mais estabilidade de cor, melhor textura, mais resistência ao desgaste e menor acúmulo de sujeira.
Protocolo em zircônia
Trata-se de uma possibilidade recente na odontologia, que consiste no uso da zircônia. A principal diferença é que, nesse caso, toda a estrutura da prótese (além dos dentes) também é produzida em zircônia e criada usando o sistema CAM/CAD.
A tecnologia CAM/CAD, resumidamente, funciona como um computador acoplado a uma impressora 3D. Assim, o profissional consegue realizar o desenho de uma prótese, por exemplo, e imprimi-la em três dimensões, em um tempo muito menor. Tudo isso reduz a necessidade de uso de soldas, o que confere ainda mais resistência.
6. Coroa
Indicada para quem precisa repor apenas um dente, reproduzindo, dessa maneira, as características funcionais, anatômicas e estéticas do paciente. O tratamento pode ser realizado tanto sobre um implante de titânio como sobre um dente, e a implantação pode ser parafusada ou cimentada.
A coroa pode ser produzida tanto em porcelana como em resina, sendo que as de porcelana, embora sejam mais caras, oferecem maior resistência, valorizam mais a estética e têm maior durabilidade e facilidade de adaptação.
Além disso, a participação do paciente é fundamental para o sucesso do tratamento, sempre higienizando corretamente a prótese e realizando os retornos periódicos para os ajustes.
7. Prótese sobre implante
A prótese sobre implante é utilizada quando há necessidade de repor um ou mais dentes na boca do paciente. Ela é fixada sobre o pino de titânio e confeccionada em porcelana, pois é um material esteticamente mais bonito e bastante durável.
A porcelana não sofre alterações em sua cor com o passar dos anos e, dificilmente, uma prótese sofre algum tipo de fratura. Além de oferecer estabilidade e conforto para o paciente durante a mastigação, a prótese sobre implante proporciona um resultado bastante natural.
8. Ponte fixa
Aqui tem-se um modelo de prótese fixa que está caindo em desuso, devido à eficácia dos implantes dentários. Mas a ponte visa substituir um ou mais dentes faltosos e proporciona resultados bastante satisfatórios.
A desvantagem do tratamento é que, para colocar, é necessário desgastar os dentes subjacentes, que devem ser usados como suporte. Nesse caso, eles servem para dar apoio à prótese e perdem sua funcionalidade.
9. Inlays, onlays e overlays
Esses são tipos de restaurações indiretas, ou seja, que são feitas diretamente na boca do paciente. O procedimento é necessário quando há uma perda da estrutura dentária.
Ainda, as inlays, onlays e overlays são utilizadas para reconstruir uma parte do dente, sendo diferenciadas pelo grau de destruição do dente que deve ser reconstruído. O tratamento é indicado para casos em que há pequenas, médias ou grandes partes danificadas, seja por cárie ou algum tipo de fratura.
O material utilizado para essa restauração é a porcelana. Ela, além de mais resistente, tem um apelo estético melhor. Veja quando e em quais casos cada técnica é indicada:
- inlay: técnica indicada para dentes com um grau pequeno de destruição;
- onlay: opção mais adequada para dentes que apresentam um grau médio de destruição;
- overley: indicada para dentes com uma grande parte deteriorada.
O tratamento oferece excelentes resultados estéticos, durabilidade e, ainda, preserva a estrutura dentária remanescente. Além disso, é simples. O dentista retira a parte danificada do dente, faz a moldagem e, depois, as peças são confeccionadas em laboratório e cimentadas na boca do paciente.
Quais são os cuidados necessários com a prótese dentária?
A grande vantagem das próteses dentárias é que elas duram muitos anos, desde que o paciente tome os devidos cuidados. Para tanto, algumas dicas simples devem ser seguidas. Confira!
Tenha atenção redobrada na hora da higiene bucal
A higienização da prótese deve ocorrer da mesma forma que é feita para os dentes naturais. Isso porque, se houver acúmulo de resíduos, haverá uma proliferação de bactérias que, além de provocarem cáries nos dentes adjacentes, ainda podem dar gengivite e periodontite.
No caso da prótese removível, ela deve ser retirada na hora da escovação para que a limpeza seja mais completa. Acessórios específicos, como escovas tufo e interdentais são essenciais para complementar a limpeza. Além disso, o fio dental deve ser utilizado diariamente, pelo menos, uma vez ao dia.
Tome cuidado na hora de tirar e colocar a prótese removível
Para não correr o risco de deixar a prótese removível cair e quebrar, é preciso ter cuidado na hora do manuseio. Além disso, ao colocá-la novamente na boca, tenha cautela para não ferir as mucosas.
Ainda, na hora de dormir, as próteses devem ser retiradas para não machucar a boca. O ideal é colocá-las em um recipiente com água para que elas não fiquem ressecadas.
Fique atento à sua alimentação
O uso da prótese dentária de silicone ou qualquer outro modelo demanda um período de adaptação, principalmente no caso de pacientes que ficaram sem dentes por um longo período. Nesse tempo, é recomendado dar preferência a alimentos fáceis de mastigar, pois isso evita machucar a boca e quebrar a prótese.
Depois do período de adaptação, a alimentação pode voltar ao normal, mas é preciso ter cuidado na hora de consumir alimentos duros e pegajosos.